Disputa pela prefeitura de Dourados pode ser adiada por causa da pandemia do coronavírus.
Os dois únicos pré-candidatos a prefeito de Dourados divergem sobre a sugestão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para adiar as eleições municipais deste ano por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19. O deputado estadual José Carlos Barbosa, Barbosinha (DEM), considera prematuro falar sobre isso, e o farmacêutico Racib Harb (Republicanos) concorda com a possibilidade, mas faz ressalvas.
Na segunda-feira (23) o Dourados News mostrou que outros nomes ventilados – seja pelo meio político ou pela opinião pública – para disputar a sucessão da prefeita Délia Razuk (PTB) concordam com o adiamento e houve até sugestão de usar os R$ 2 bilhões do fundo eleitoral no combate à doença que já matou mais de 30 pessoas no Brasil.
No entanto, Barbosinha, o primeiro a anunciar ser pré-candidato a prefeito de Dourados, prefere ponderar e considera que a possibilidade de adiar as eleições municipais deste ano só poderá ser avaliada em julho ou agosto, ainda dentro dos prazos estabelecidos pela Justiça Eleitoral.
“Penso que ainda é prematuro falar em adiamento das eleições, prorrogação de mandatos. Temos várias opiniões e sugestões sobre esse assunto. Temos que avaliar a evolução da Covid-19, como isso vai atingir o país como um todo, quando será o mês do pico, quais serão as medidas restritivas além das que já foram tomadas”, pontua.
O deputado estadual lembra que até mesmo o Comitê Olímpico Internacional ainda não decidiu se vai ou não adiar os Jogos Olímpicos. “É prematuro falar tanto em adiamento das eleições quanto em prorrogação dos mandatos, embora não dê para descartar essa possibilidade”, reforçou.
Pré-candidato a prefeito de Dourados pelo Republicanos, o farmacêutico Racib Harb avalia ser possível adiar as eleições municipais para final de outubro e começo de novembro. “Não vejo problema nenhum, mas como o próprio ministro falou que em setembro já não teremos mais o pico do vírus que comprometeria somente as pré-campanhas, então adiamento a gente até pode concordar nesse caso aí desde que seja devidamente justificado”, afirmou.
As ressalvas são quanto à eventual prorrogação dos mandatos atuais. “Usar a pandemia para pedir uma prorrogação dos mandatos municipais seria prejudicial para o Brasil inteiro. Mas vamos ver pelo lado positivo, chega de pânico. Poderíamos ver que há tempos atrás sempre pedimos isso, de mandato de 6 anos, e o lado positivo é que acabaria com a reeleição, de vereadores, deputados, prefeitos, ninguém mais poderia fazer reeleição”, reflete.
“Meu medo é usarem isso para manter aquelas regrinhas de exceção para benefício de quem está no poder. Não concordo com prorrogação dos mandatos sem o fim das reeleições. Se prorrogar as eleições para 2022, acaba também a reeleição para quem está com mandato, seja ele, vereador, seja ele prefeito”, enfatiza.
O Dourados News também buscou um posicionamento da prefeita Délia Razuk, via assessoria de imprensa, mas não desde ontem ainda houve retorno.
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