Magalhães foi morto em junho de 2013 e homem condenado por sua morte é acusado de envolvimento no assassinato de estudante em crime atribuído a milícia do jogo do bicho.
O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, aceitou nesta quarta-feira (15), pedido da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestos (Garras) para reabrir as investigações sobre o assassinato do delegado aposentado Paulo Magalhães.
Magalhães foi morto em 25 de Junho de 2013, perto da escola da filha , no bairro jardim dos Estado, em Campo Grande. Segundo a polícia, o delegado aposentado estava no carro dele esperando a menina sair da escola quando foi executado com diversos tiros. Ele era polêmico e mantinha um site de denúncias.
A reabertura do caso é um dos desdobramentos da Operação Omertà, realizada por uma força-tarefa da Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MP-MS) que desarticulou a milícia do jogo do bicho que agia em Mato Grosso do Sul.
Ohomem condenado a 18 anos de prisão pela morte do delegado, o ex-guarda municipal José Moreira Freitas, o (Zezinho), é acusado de participar, quando estava em liberdade condicional por conta do crime, do assassinato do estudante Matheus Xavier, de 19 anos, no dia 9 abril de 2019, no bairro jardim Bela Vista, em Campo Grande.
O estudante teria sido morto por engano, conforme a denúncia do MP-MS à Justiça. O verdadeiro alvo era seu pai, o ex-capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Xavier.
A denúncia aponta que o homem apontado como chefe da milícia do jogo do bicho, o empresário Jamil Name, acreditava que Paulo Roberto Xavier tinha se aliado a um advogado, com quem ele tinha tido um desacordo em negociação de fazendas que pertenceram ao reverendo Moon localizadas em Jardim e em Campo Grande.
Por conta do revez nos negócios, Jamil Name, conforme o relatório da polícia, teria dado ordem para matar o advogado, a esposa dele e seu filho, além do ex-policial militar.
Nos dois crimes, a polícia aponta que os suspeitos usaram um modo de operação semelhante. No caso do delegado aposentado, a sentença destaca que a vítima foi monitorada por alguns dias por “Zezinho” e o outro suspeito de envolvimento no crime – que acabou sendo absolvido, o que culminou com a ação na frente da escola, em pleno dia.
Já no caso do estudante, a investigação do Garras reitera que o verdadeiro alvo era seu pai, o ex-capitão da Polícia Militar. Segundo o apurado, “Zezinho” e outro suspeito pelo crime, o também ex-guarda municipal Juanil Miranda Lima, chegaram a contratar um hacker para conseguir acesso remoto ao celular de Paulo Roberto Xavier e ter a localização exata do ex-policial militar. Ele estava dentro da casa, quando o filho acabou sendo morto.
Zezinho e outro acusado de envolvimento na morte do estudante, o também ex-guarda municipal Juanil Miranda Lima, são foragidos da Justiça. Já o empresário Jamil Name e outros membros da cúpula da suposta milícia estão presos na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
O advogado do empresário Jamil Name, Renê Siufi, reitera sistematicamente que seu cliente nega todas as acusações e que falará somente à Justiça.
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