Antecipação de dinheiro será usada para adquirir insumos e equipamentos para leitos hospitalares
Dos R$ 4 bilhões liberados pelo Ministério da Saúde aos estados, Mato Grosso do Sul recebeu o valor de R$ 48 milhões, que serão usados para o combate da Covid-19. Desse montante, R$ 29 milhões serão destinados para Campo Grande e R$ 7 milhões para Dourados, as duas cidades que receberão mais recursos para combater a doença causada pelo coronavírus.
O anúncio dos valores foi feito pelo secretário de Saúde do Estado (SES), Geraldo Resende, na manhã de sexta-feira (10). “Lembrando que esses valores são recursos que estão sendo antecipados e que serão usados para o tratamento [do novo coronavírus] e que são provenientes dos limites financeiros utilizados na média e alta complexidade [MAC]”, explicou o secretário.
De acordo com José Mauro de Castro Filho, secretário municipal de Saúde (Sesau), os recursos serão utilizados para a compra de vários insumos. “Cloroquina, zinco, azitromicina, anticoagulantes, uma série de insumos”, declarou.
Informações do Ministério da Saúde apontam que o valor é um adicional ao que já recebem para custeio de ações e serviços relacionados à saúde e pode ser utilizado para compra de materiais e insumos, abrir novos leitos e custear profissionais.
DINHEIRO EXTRA
Os recursos bilionários liberados ontem pelo Ministério da Saúde para todo o Brasil são uma verba extra. .
O valor corresponde a uma parcela mensal, antecipada, do que cada estado ou município já recebe para ações de média e alta complexidade ou atenção primária.
Em mensagem nas redes sociais, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que os recursos já foram depositados nas contas dos fundos estaduais e municipais de saúde. “A gente acha que, com isso, eles [os gestores de saúde] podem adquirir os equipamentos de proteção individual [EPIs] que a gente começa a trazer da China. Está começando o mercado chinês a se organizar, estamos conseguindo trazer”, disse.
CHINA
De acordo com o ministro, a primeira carga com 40 milhões de máscaras vinda da China – de uma compra de 240 milhões de máscaras – deve chegar ao País na terça-feira (14). O esforço da equipe do Ministério da Saúde é de trazer 40 milhões por semana. Um edital será aberto para que empresas interessadas em ofertar esses insumos possam se cadastrar.
“Com isso, a gente pacifica o mercado brasileiro. E isso, doravante pacificado, a gente já repassa os recursos para que os estados e municípios comprem; a iniciativa privada já está comprando. O mercado está começando a se normalizar, o de EPIs”, explicou o ministro.
Já sobre os respiradores, Mandetta disse que ainda há dificuldade. Segundo ele, foi feito uma acordo com a indústria nacional para elevar de 800 para 15 mil a produção de respiradores mecânicos em 90 dias.
O ministro da Saúde reforçou a orientação da pasta para manter o isolamento social. De acordo com Mandetta, na próxima semana “vamos colher os frutos da difícil redução da mobilidade social”, determinada por estados e municípios nas últimas duas semanas. “Hoje eu vi que o pessoal começou a andar mais, vamos pagar esse preço ali na frente. Esse vírus adora aglomeração, adora contato, adora que as pessoas achem que ele é inofensivo. E aí as cidades podem pegar a transmissão sustentada [ou comunitária]”, ressaltou.
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