Delegado Preso – Delegado que furtou cocaína presta depoimento em processo de estupro

O caso aconteceu em 2016 na Delegacia de Polícia Civil de Rio Verde. Eder Oliveira Moraes nega o crime

O delegado Eder Oliveira Moraes, de 50 anos, preso desde julho, acusado de furtar 101 quilos de cocaína de dentro da delegacia de Aquidauana, foi levado ao Fórum de Campo Grande na tarde desta terça-feira (3) para prestar depoimento sobre outro processo. Ele também é acusado de estupro de adolescentes, ocorrido em 2016.

Conforme apurado, o processo de estupro é resultado da denúncia de dois adolescentes que afirmaram terem sido abusados pelo delegado dentro da Delegacia de Polícia Civil de Rio Verde. Caso teria acontecido em 2016.

Eder nega o crime. Para o advogado Irajá Pereira Messias, responsável pela defesa do delegado, é denúncia é absurda. Ele alegou que o contato do cliente com os adolescentes foi apenas profissional, em horário comercial e de porta aberta. “Hoje ele terá a oportunidade de esclarecer a situação”, defendeu Messias.

Para prestar depoimento, Eder foi escoltado da cela da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande até a sala de videoconferência do fórum, onde será ouvido pelo juiz Rafael Gustavo Mateucci, da 1ª Vara Cível e Criminal de Rio Verde. Como o processo corre em segredo de justiça, a imprensa não foi autorizada a acompanhar a audiência.

Da época como delegado em Rio Verde, Eder ainda responde a processos por peculato e improbidade administrativa, os dois resultados da investigação sobre o desvio de 68 bezerros apreendidos irregularmente pela Polícia Civil. O crime aconteceu entre janeiro e abril de 2015 e envolveu outras quatro pessoas.

O delegado ainda é réu por porte ilegal de arma de fogo e pelo furto de 101 quilos de cocaína em Aquidauana. O revólver calibre 38 sem registro foi encontrado com ele no dia em que policiais da Corregedoria da Polícia Civil cumpriam mandado de prisão pelo “sumiço” da droga de dentro da delegacia.

Nesta tarde, Irajá Pereira Messias, que também defende Eder nos dois casos, detalhou apenas que a arma havia sido adquirida dias antes de ser apreendida pela polícia e por isso não tinha registro. “Não deu tempoo de registrar”, defendeu o advogado.

Equipes do Gaeco na 1ª Delegacia de Polícia Civil durante operação (Foto: Arquivo)

Equipes do Gaeco na 1ª Delegacia de Polícia Civil durante operação (Foto: Arquivo)

Furto da droga – A cocaína foi apreendida em 30 de maio, pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no compartimento oculto de um caminhão. Os 94 tabletes, que totalizaram 101 quilos, viajam de Corumbá para São Paulo.

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