PRF de Dourados apreende R$ 42 milhões em cocaína

Delegacia de Dourados é líder no Brasil em apreensões de drogas no âmbito da Polícia Rodoviária Federal. Apreensões do trimestre já superam o total do ano passado

Líder em apreensões de drogas no Brasil no âmbito da Polícia Rodoviária Federal, a Delegacia de Dourados já superou, nos últimos três meses, o total tirado de circulação durante todo o ano passado. Foram apreendidos 950 quilos de cocaína em 2018, contra 1.314 quilos (1,3 tonelada) entre janeiro e março de 2019. Em valores, o prejuízo ao crime organizado passa de R$ 42 milhões no trimestre.

Os números revelam ainda que somente esse ano mais de 130.124 pacotes de cigarros foram apreendidos, o que totaliza 1,3 milhão maços; cerca de R$ 6,5 milhões de prejuízo aos “cigarreiros”.

De acordo com inspetor-chefe da delegacia de Dourados, Waldir Brasil, os resultados positivos são reflexo da união de esforços. Ele destaca o apoio da Superintendência da PRF em Campo Grande, o Conselho Institucional de Segurança Pública de Dourados (Coised), através de trocas de informações, atuação conjunta principalmente com a Polícia Federal, investimentos em tecnologia para o setor de inteligência e principalmente a dedicação dos policiais.

Apreensões

Duas apreensões importantes ocorreram no último final de semana, ambas na BR 163. No domingo, os policiais apreenderam 400 mil maços de cigarros contrabandeados do Paraguai. O flagrante aconteceu na rodovia entre Juti e Caarapó, por volta das 15h30. A carga estava sendo transportada numa carreta com placas AJD 6230 de Curitiba- Paraná. Saiu de Mundo Novo com destino a São Paulo (SP).

No sábado, O PROGRESSO acompanhou com exclusividade, as equipes da PRF, que apreenderam outros 400 mil maços de cigarros na BR-163, em Caarapó. A equipe realizava ronda na altura do km 210 quando abordaram o caminhão M. Benz/LS 1935 com placas de São Gabriel do Oeste/MS, conduzido por um homem de 35 anos. Quando solicitado a documentação, inclusive a nota fiscal da carga, o condutor afirmou que não estava carregado.

Como a região é característica no transporte de carga de ilícitos, os policiais ficaram desconfiados de não haver carga. Ao retirar a lona do caminhão, eles encontraram várias caixas de cigarros contrabandeados do Paraguai. O carregamento chega a 800 caixas, algo em torno de 400 mil maços de cigarros, avaliados em cerca de R$ 2 milhões.

Esquema

Há 25 anos na PRF, o inspetor chefe Waldir Brasil, explica que dois são os principais motivos para o fomento do contrabando de cigarros. O primeiro deles está relacionado ao atrativo, em que as organizações criminosas se aproveitam de motoristas, principalmente desempregados para oferecer grandes quantidades, como R$ 7 mil por um transporte de carga. Outro fator é a Legislação branda, em que o motorista passa em média, apenas de dois a três meses detido. O país perde por ano R$ 100 bilhões com a proliferação do contrabando. Sem contar que esse tipo de crime causa impactos em todos os setores públicos como aumento de violência, evasão escolar e Saúde Pública, tendo em vista os riscos de se consumir o produto que não é auditado pelos órgãos reguladores e que levam a doenças e “inchaços” na rede pública.

Segundo o inspetor Brasil, exemplo de aumento na criminalidade é que o contrabando de cigarros também desencadeia uma série de outros ilícitos. Atualmente 80% das carretas que transportam o cigarro foram objeto de furto ou roubo nos grandes centros. Em MS, a maioria das apreensões são de quadrilhas baseadas em Salto de Guairá (PY), Sete Quedas e Pedro Juan (PY).

Superando obstáculos

Mesmo com um dos menores efetivos históricos, desde o ano de 1994, ou seja há 25 anos, a PRF de Dourados mantém bons resultados no combate ao crime organizado, sendo a que mais aprende drogas no Brasil. São apenas 29 policiais em atividade fim, atuando na equipe ultimamente. De acordo com Brasil, a delegacia é responsável por 50% do entorpecente apreendido pela PRF em Mato Grosso do Sul.

Conforme ele, as operações de inteligência também tem garantido um controle maior de veículos que entram e saem do país, além de desarticular organizações criminosas, principalmente de tráfico de cocaína. O inspetor explica que a droga chega principalmente da Bolívia e Paraguai pela fronteira de MS, um dos maiores corredores do tráfico do Brasil. A maioria das pessoas cooptadas para fazer o transporte ainda são motoristas de caminhões ou as “mulas” que tentam passar pela fronteira com o carro “recheado” do entorpecente com destino aos grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.

No ano passado a PRF apreendeu um total de 70,2 toneladas de maconha e 950 quilos de cocaína. No ano passado também aumentou o número de veículos recuperados (152), além das apreensões de munição (10.804), um aumento de 24% e armas (22) com 31% a mais que 2017. Em 2018 foram apreendidos 802 mil pacotes de cigarros.

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