PF indicia Bolsonaro e mais 36 pessoas

Braga Netto também foi indiciado

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que investiga uma tentativa de golpe contra o Estado em 2022. Entre os indiciados pelo envolvimento na idealização do plano golpista está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). São, ao todo, 37 pessoas indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Além do documento que levou à prisão de quatro militares de alta patente do Exército na última terça-feira (19/11), a investigação ainda abrange os ataques do 8 de Janeiro e conspirações golpistas descobertas durante as eleições presidenciais de 2022 e após a derrota de Bolsonaro.

Segundo a PF, as investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas e isso permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes;

a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela;
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

Bolsonaro já foi indiciado pela PF em outros dois inquéritos: o que apura a falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19 e o que apura a venda ilegal de joias recebidas de presente por ele durante o governo.

O documento final possui mais de 700 páginas e será encaminhado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que apura a tentativa de golpe.

Envolvimento de Bolsonaro

Segundo as investigações da Polícia Federal, o então presidente da República Jair Bolsonaro redigiu, ajustou e “enxugou” a chamada “minuta do golpe”, uma espécie de decreto que previa a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e convocar novas eleições.

O ex-presidente é acusado de ter se reunido com o comandante do Exército Brasileiro à época, general Estevam Cals Theofilo, no dia 9 de dezembro de 2022, com o objetivo de organizar o apoio militar para consumar o golpe de Estado.

Além disso, A PF concluiu que Bolsonaro é o responsável por redigir e ajustar “a minuta do ilegal decreto golpista”, mediante a análise de mensagens encaminhadas por Mauro Cid para o general Freire Gomes, então comandante do Exército.

Também de acordo com a investigação, Mauro Cid indicou, nos textos a Freire Gomes, que Bolsonaro “enxugou o decreto” e o tornou “mais resumido”.

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