
Servidores de carreira vão assumir três vagas no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) ainda no começo deste mês.
O Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS) convocou três auditores para assumirem os cargos de alguns dos conselheiros investigados em operação da Polícia Federal (PF) que apontou esquema de lavagem de dinheiro, fraude e superfaturamento em licitação públicas no órgão.
A partir da próxima segunda-feira (9), Célio Lima de Oliveira, Leandro Lobo Pimentel e Patrícia Sarmento dos Santos vão substituírem, respectivamente, os conselheiros Waldir Neves, Ronaldo Chadid e Iran Coelho das Neves.
As nomeações foram publicadas em edição extra do Diário Oficial do órgão nesta sexta-feira (6). Além das substituições dos conselheiros, foram designados Flávio Kayatt para a função de ouvidor da Corte de Contas e o conselheiro Marcio Monteiro para a direção da Escola Superior de Controle Externo.
Relembre o caso
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Três conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS), incluindo o presidente do órgão, Iran Coelho das Neves, estão envolvidos em esquema de lavagem de mais de R$ 100 milhões, segundo operação da Polícia Federal (PF). A investigação aponta que o dinheiro era “lavado” por meio de licitações fraudulentas, incluindo a compra de brigadeiros e fazendas no Maranhão.
Além de Iran Coelho das Neves, os conselheiros Waldir Neves Barbosa e Ronaldo Chadid foram citados como integrantes do esquema de lavagem de dinheiro, fraude e superfaturamento em licitações públicas. As defesas de Waldir e Iran confirmaram o processo e disseram que vão recorrer da decisão.
Segundo a investigação da Polícia Federal, o esquema de corrupção começou com a licitação de serviços da empresa Dataeasy, que tem sede no Distrito Federal. Para a PF, a empresa recebeu mais de R$ 100 milhões do TCE-MS em licitações fraudulentas desde 2018.
A PF aponta que a empresa de serviços digitais Dataeasy foi beneficiada em licitações públicas. A partir do material apreendido, as investigações mostraram que a empresa do DF lavava o dinheiro que recebia do TCE-MS e devolvia partes aos conselheiros e alguns servidores do órgão.
Não foram apenas os três conselheiros apontados como integrantes do esquema. Os servidores Douglas Avedikian, Thais Xavier Ferreira da Costa e Parajara Moraes Alves Júnior também foram citados como integrantes do esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e peculato.
O advogado do Parajara informou que teve acesso a decisão e que a “defesa em breve irá se manifestar no processo em Brasília, esclarecendo equívocos da investigação”.
Brigadeiros e fazendas no Maranhão
Em um dos apontamentos foi encontrado que o conselheiro Waldir Neves Barbosa comprou fazendas no Maranhão com a “suspeita de lavagem de dinheiro, tendo em vista a grande diferença no preço das áreas rurais após cerca de 10 anos”, destaca o ação da PF.
Além das propriedades rurais, a empresa Dataeasy, principal citada como fio condutor para o desvio do dinheiro público, teve movimentação financeira a pelo menos 38 pessoas físicas ou jurídicas que foram classificadas como sendo relacionadas à licitação do projeto TCE/MS.
Uma dessas empresas citadas no sistema da Dataeasy foi a confeitaria Damel, totalizando um repasse de R$ 627 mil em doces apenas no mês de janeiro de 2019. Para a PF, o que causa estranheza, no entanto, é que esse montante está relacionado ao projeto TCE/MS, segundo a própria empresa de tecnologia.
Veja outros itens de valores comprados pela Damel ao TCE-MS:
- Brigadeiro – R$ 5.400,00
- Brigadeiro Branco – R$ 6.840,00
- Brownie – R$ 33.800,00
- Caixa com 10 Paes de Mel e 10 Brownies – R$ 328.782,00
- Caixa com 5 Brownies – R$ 8.410.00
- Empada – R$ 14.040.00
- Kit Festa 1 – R$ 151.536.00
- Mini Coxinha – R$ 11.520,00
- Mini Quibe – R$ 11.520,00
- Pão de Mel – R$ 37.800,00
- Refrigerante – R$ 1.800,00
- Sheil – R$ 6.120,00
- Caixa – 5 Paes de Mel – R$ 10.150,00
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