Rafael Aguillar, de 35 anos, testou positivo para a doença dois dias antes do parto do filho. Enrico nasceu de um parto natural emocionante.
Desde que soube que seria pai pela segunda vez, Rafael Aguillar, de 35 anos, pensou em estar presente o máximo possível na vida do filho. O que não esperava era que no dia do nascimento de Enrico, ele estaria em isolamento com Covid-19. Para participar do momento, o pai que não pode estar na sala de parto, viu o filho nascer por chamada de vídeo.
Com 40 semanas de gestação, a mãe, Juliane Grisoste Aguillar, de 25 anos, esperava o primeiro sinal de trabalho de parto para avisar a equipe e seguir até a maternidade. O que ela não esperava é que na semana do nascimento do filho caçula, o marido iria testar positivo para o vírus.
Quando Rafael fez o teste e recebeu o positivo, no dia 24, segunda-feira, Juliane “gelou”. “Em nenhum momento pensei que ia passar por isso com covid. Nós tivemos no ano passado, vi que os casos tinham aumentado bastante, mas não estava saindo para canto nenhum. Foi um choque, mas pensei que ainda teria mais alguns dias para aguentar, e que ia dar tempo”, disse.
O casal já é pai de Maria Antônia, filha que Rafael esteve durante o tempo todo ao lado da esposa e que viu nascer. “Estávamos com muita expectativa, porque no parto da nossa primeira filha ele esteve comigo, me apoiou, estava segurando minha mão na hora das contrações”, relatou.
O isolamento de Rafael foi em casa, junto da esposa, porque Juliane foi a primeira a sentir os sintomas. “Acredito que eu tenha passado para ele, não fui testar, porque eu já não estava saindo para nada. Depois, ele ficou de máscara o tempo todo”, esclarece.
No dia seguinte, terça-feira (25), as contrações vieram com mais força e ao perceber que estava em trabalho de parto ativo Juliane se desesperou. “Chorei um monte, porque eu sabia que mesmo que para a gente fossem sintomas leves e estivesse tudo bem, seria muito perigoso e ele não poderia estar na maternidade”, explicou.
‘Conforto no coração’
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Desde que o resultado deu positivo para a covid, Rafael vinha orando para que o filho aguentasse mais uns dias até o isolamento do pai passar. O que não aconteceu. “A primeira coisa que eu senti, ao ver que seria naquele dia, foi uma aflição muito grande pelo fato de saber que eu não poderia estar lá com ela”, diz o pai.
Rafael procurou acalmar a esposa dizendo que ela não estaria sozinha. A mãe também viveu o mesmo sentimento, de paz e de saber que o importante era o marido estar bem e o bebê também. “Eu pensava que o bebê iria nascer logo, ter alta e que a gente ia poder participar de outras coisas, ele não estaria na hora do parto, mas eu sabia que logo todos estaríamos juntos”, disse.
Quando as contrações ficaram cada vez mais intensas e num espaço curto de tempo, Rafael se despediu da esposa e da sogra, que seguiram para a maternidade. De lá, para amenizar o sentimento de ausência do pai, a equipe médica ligava e ia passando notícias da evolução no parto.
Foram cerca de cinco horas na maternidade até Enrico nascer. Durante este tempo, Rafael tinha notícias por mensagens e chamadas de vídeo com intervalos. Apenas quando a mãe entrou na última fase do parto que a ligação foi feita. Do outro lado da tela, Rafael esperava ansioso por ouvir o choro do bebê.
“Quando eu falei que ia nascer, nós ligamos. Minha mãe ficou segurando o celular, não sei quantos minutos foram, mas ela ficou ali segurando o celular. Quando ele nasceu, eu só falava: ‘nasceu, amor, nasceu!!!’”, reproduz Juliane.
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Com o filho já nos braços, mãe chorava na maternidade e pai chorava em casa. O sentimento era de alívio e também de felicidade.
Emoção primeiro encontro
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Depois de nascer às 5h35 da manhã do dia 26 de janeiro, com 3.535kg e 51cm, Enrico teve alta após dois dias. O primeiro colo que o pai deu ao filho foi no dia 28. ‘Lavado no álcool’, como descreve.
“No fim deu tudo certo e pude ver que pelo menos assisti meu filho nascer, mesmo de longe, e eu sabia, por mais que eu não pudesse estar ali, em breve estaríamos juntos”, diz o pai.
Informação: G1MS
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