Polícia Civil de Rio Brilhante estima um prejuízo de R$ 400 mil em apenas uma oficina mecânica; Operação Dark Card está na terceira fase e busca empresários envolvidos no esquema.
A Policia Civil de Rio Brilhante, em Mato Grosso do Sul, deflagrou, na manhã desta terça-feira (30), uma operação que apura o desvio de verba pública por meio de serviços e compra de peças falsas em oficinas mecânicas do Estado. Em apenas uma empresa, a investigação aponta um prejuízo de R$ 400 mil aos cofres públicos do município, distante a 164km de Campo Grande.
Essa é a terceira fase da operação Dark Card, coordenada pela Delegacia de Polícia de Rio Brilhante, que contou com o apoio do (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).
Segundo o coordenador da operação, o delegado Alexandre Neves, da Policia Civil de Rio Brilhante, a operação apura o desvio de verba pública por meio de sistema corporativo.
“Nas fases anteriores foi apurado o desvio de verba pública em posto de combustível. Nessa fase foi o desvio de verba público em gastos corporativos em oficina mecânica. O que as investigações apuraram é que não havia serviço de oficina prestado, ainda assim, essa oficina, que foi o alvo dessa fase, recebia os valores pela prefeitura de Rio Brilhante. No total foram gastos em um período de quatro meses quase R$ 400 mil somente nessa oficina, tudo a título de aquisição de peças e serviços de oficina mecânica”, ressalta.
Ao todo foram expedidos sete mandados de busca e apreensão em oficinas mecânicas e escritórios relacionados a essas empresas, sendo três em Campo Grande. Um deles ocorreu em um prédio empresarial localizado na Avenida Afonso Pena. “Foram apresentadas pela prisão preventiva de dois empresários, responsáveis pela oficina, e dois ex-servidores que já se encontram presos em decorrência das operações anteriores. Esses dois empresários não foram localizados nos endereços que a gente tinha deles e eles permanecem sendo procurados”, explica o delegado.
Além de Campo Grande, a operação também foi cumprida em Dourados, onde foram expedidos três mandados, e no município de Maracaju, ambos em Mato Grosso do Sul.
A operação foi coordenada pela Delegacia de Rio Brilhante e contou com apoio da Dracco, Delegacia de Nova alvorada, Setor de Investigações Gerais (SIG) de Dourados e Delegacia de Maracaju, com envolvimento de mais de 40 policias.
Operação Dark Card
A investigação teve início a partir de denúncias realizadas em Rio Brilhante, já que os abastecimentos ocorriam em Nova Alvorada do Sul, município distante 40 quilômetros. A polícia pediu à Controladoria Municipal o extrato dos gastos com a frota veicular e identificou gastos inconsistentes de algumas secretarias com o cartão genérico, que deveria ser usado somente de forma emergencial para os abastecimentos.
Já em Rio Brilhante, o inquérito da delegacia do município apontou que os cartões eram passados reiteradamente sem que houvesse qualquer abastecimento.
A polícia então representou pela prisão preventiva dos suspeitos, busca domiciliar e indisponibilidade dos bens para ressarcir os cofres públicos.
Na primeira fase já haviam sido cumpridos três mandados de prisão de suspeitos de envolvimento no município de Rio Brilhante, e foi constatando que as duas cidades sofreram um prejuízo de mais de R$ 1,8 milhão.
Já na segunda fase da operação, realizada em outubro de 2021, foram cumpridos mais dois mandados de prisão, relacionados ao esquema fraudulento de abastecimento de veículos das prefeituras de Nova Alvorada do Sul e Rio Brilhante. Foram presos um ex-funcionário da prefeitura de Nova Alvorada do Sul e um empresário.
Segundo o Dracco, nesta segunda fase da operação foram alvos supostos desvios que teriam ocorrido na cidade de Nova Alvorada do Sul em 2020, que teriam causado um prejuízo ao município de R$ 1,4 milhão. Já em Rio Brilhante, em três meses de 2021, o dano aos cofres públicos chegaria a R$ 330 mil.
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