Bolsonaro atende à base eleitoral e diz não ao valor aprovado pelo Congresso para ser gasto nas eleições de 2022
O presidente Jair Bolsonaro decidiu, ontem (20/8), vetar o valor de R$ 5,7 bilhões definido em junho pelo Congresso apara o fundo eleitoral. O valor representaria 25% de ampliação do montante em relação a 2020. Ele também vetou a possibilidade de emendas de relator para o Orçamento de 2022 — modalidade que está no centro do escândalo do orçamento secreto, artifício usado pelo Palácio do Planalto para garantir a vitória dos aliados Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) nas eleições para o comando das casas do Congresso.
Em 2020, os partidos obtiveram R$ 2 bilhões de fundo eleitoral para as disputas municipais. Nas eleições gerais de 2018, o total distribuído foi de R$ 1,8 bilhão. Bolsonaro deve, agora, encaminhar um novo projeto ao Congresso, alterando o cálculo para a despesa. O valor deve ficar entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões, de acordo com o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO). A análise do novo valor ocorrerá em dezembro, durante a votação do Orçamento.
A quantia citada por Gomes está abaixo dos R$ 4 bilhões que o Centrão estava disposto a negociar. Apesar do valor sugerido pelo Palácio do Planalto, governo federal e partidos ainda não chegaram a um acordo sobre o valor do fundo eleitoral de 2022.
Dirigentes de partidos disseram que ainda não há uma definição sobre o valor e evitaram dizer se o sugerido pelo governo vai ter apoio. Eles não pretendem dar celeridade às negociações e querem usar todo o prazo até a votação do orçamento para definir o tamanho do fundo.
“A gente vai conversar entre os partidos para verificar qual o valor que vamos propor de acordo. Como foi feito lá atrás (na votação que havia definido os R$ 5,7 bilhões). É um negócio que ainda temos um prazo para fazer e é só conversar”, disse o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP).
Correio Braziliense
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