Com 31,8% do eleitorado de MS, Capital é fundamental na eleição de governador

Diretores do IPR e Ipems são unânimes em destacar a importância política de Campo Grande nos pleitos majoritários

Hoje, Campo Grande completa 126 anos de história e, desde 1977, quando foi criado Mato Grosso do Sul e a cidade virou capital da mais nova unidade federativa do Brasil, o município se consolidou ainda mais como uma peça fundamental na política.

Com o retorno das eleições diretas no País após o regime militar, em 15 de novembro de 1982, o advogado Wilson Barbosa Martins (MDB) foi o primeiro governador eleito do Estado brasileiro, e Campo Grande foi crucial nesse pleito.

Hoje, com 646.198 eleitores, ou seja, 31,8% dos 2.032.487 eleitores de Mato Grosso do Sul, a Capital representa a maior força política no Estado, conforme reforçam os diretores do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fresato Barbosa, e do Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems), Lauredi Sandim.

“Por ser uma capital, Campo Grande tem o maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul, ou seja, um terço dos eleitores do Estado. Portanto, o município é fundamental pois todas as decisões são tomadas aqui. O governo estadual fica aqui, a Assembleia Legislativa fica aqui, os tribunais de Justiça, Eleitoral e de Contas estão aqui em Campo Grande”, destacou Aruaque Barbosa.

Ele acrescentou que os serviços mais complexos do Estado são gerenciados em Campo Grande, demonstrando a importância do município.

“Os políticos ficam aqui e tomam as decisões aqui, tanto os da bancada federal no Congresso Nacional quanto os deputados estaduais, o vice-governador e o governador. Até aqueles que não moram na Capital, quando chegam de Brasília (DF), também param por aqui e, só depois, vão para os seus respectivos municípios”, argumentou.

O diretor do IPR reforçou que qualquer político que anseia buscar um mandato eletivo precisa ter no radar Campo Grande.

“Dificilmente um político é eleito na majoritária, na proporcional até acontece, se não tiver pelo menos uma votação considerável aqui na Capital. Se o candidato for muito mal aqui, dificilmente consegue se reeleger ou se eleger governador ou senador”, disse.

  • 646.198
  • Eleitores em campo grande
  • A quantidade de eleitores representa 1/3 do total de eleitores do Estado.

Aruaque Barbosa ainda completou que, pelo fato de a população de Campo Grande ter mais acesso à informação, o eleitor daqui é mais crítico do que os do interior.

“O volume de informação é muito maior, então, esse é um outro ponto que os políticos têm de ficar atentos na hora de conquistar os votos dos campo-grandenses. E, sem falar da cultura local, enfim, das mudanças que ocorrem”, lembrou.

Conforme ele, desde a época em que Zeca do PT foi governador, a maioria dos eleitores da Capital eram da esquerda, algo que mudou depois de dois mandatos do petista.

“Agora, a direita é bem maior do que a esquerda, mas são mudanças que o momento atual mostra, não é possível cravar que, daqui 10 anos, vai continuar assim”, concluiu.

Senado

Lauredi Sandim lembrou o caso do procurador de Justiça Sérgio Fernando Raimundo Harfouche, que, nas eleições gerais de 2018, quase foi eleito senador da República por ter sido o mais votado em Campo Grande, porém, como não tinha base no interior e os concorrentes que foram eleitos –Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) – tiveram uma boa votação na Capital, acabou morrendo na praia.

“Então, por aí, a gente já vê o grau de importância de Campo Grande. Agora, já nesse último pleito, em 2022, o ex-governador e ex-prefeito da Capital André Puccinelli (MDB) foi o mais votado aqui, porém, mais uma vez os seus concorrentes diretos – Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) – também pontuaram muito bem aqui e nas cidades do interior, deixando o italiano de fora do 2º turno, pois não repetiu o bom desempenho eleitoral fora”, analisou.

Lauredi Sadim argumentou que os eleitores de Campo Grande, muitas vezes, escolhem o candidato pelo nome e não pelo partido.

“Às vezes, acontece o contrário e eles fogem daqueles nomes tradicionais, daquelas candidaturas de políticos que tiveram algum percalço na vida pública ou que caíram em desgraça político-eleitoral”, alertou.

O diretor do Ipems ressaltou que Campo Grande é uma cidade atípica no Estado porque recebe gente de todos os lugares do Brasil.

“Enfim, eles fazem uma análise mais crítica sobre o momento atual do candidato e não sobre o passado dele. Dessa forma, escândalos e outros tipos de percalços fazem muitos candidatos quebrarem a cara na Capital”, assegurou.

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