
Após a paralisação das exportações de carne bovina de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, afirmou que países como Chile e Egito são avaliados como potenciais novos destinos comerciais para a produção local.
Segundo Verruck, o redirecionamento da carne sul-mato-grossense para outros países exige um processo gradual e cuidadoso, que depende da competitividade dos preços. Enquanto isso, a produção nacional segue normalizada.
“O que a gente verifica é que podemos ter um excesso de oferta no mercado interno no curto prazo, tendo uma redução de preços na ponta e, consequentemente, uma redução ao produtor. É extremamente complexo esse momento”, declarou.
Mercado interno
Diante da dificuldade em acessar novos mercados internacionais, o governo avalia ampliar a distribuição da carne bovina no mercado interno, incluindo Mato Grosso do Sul e outras regiões do Brasil. Isso pode aumentar a oferta e baixar os preços para o consumidor.
Segundo o economista Aldo Barrigosse, 70% da produção é voltada para o mercado interno, e há espaço para aumentar o consumo de carne bovina no Brasil. “Os cortes de carne enviados ao exterior são diferentes dos consumidos internamente. A indústria procura uma melhor rentabilidade para sua produção. A tendência é um preço menor do que o praticado hoje.”
A paralisação das exportações ocorreu após Trump anunciar uma tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros. Jaime Verruck afirmou que o governo estadual está dialogando com o governo federal para tentar prorrogar a medida e abrir espaço para negociações.
“O 1º de agosto está muito próximo. Nós temos que prorrogar isso e há preocupação com os impactos na cadeia produtiva. Estamos falando de outros produtos também, como açúcar, florestas, celulose, mas o de imediato, o grande impacto de curto prazo realmente é na carne bovina”, destacou Verruck.
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