Veja lista de organizadores e financiadores de atos antidemocráticos em MS, a lista vai de ex-prefeito a pecuarista

O serviço de inteligência da área de segurança pública de Mato Grosso do Sul identificou sete organizadores e fichou vários carros que estavam em ato bolsonarista na capital. A lista foi enviada a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O serviço de inteligência da secretaria estadual de Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) lista com empresas financiadores e organizadores dos atos antidemocráticos em frente a quartéis do Exército no estado. O documento foi enviado a pedido do ministro Alexandre de Moraes. Alguns dos citados negam os títulos de “organizadores e financiadores”.

No documento, sete pessoas foram citadas como organizadoras dos atos bolsonaristas, entre eles estão um ex-prefeito, médica, pecuaristas e outros. No detalhamento sobre empresas financiadoras, sete foram pontuadas pelo sistema de inteligência da Sejusp.

Além das empresas e os organizadores, cerca de 151 veículos foram fichados, sendo carros de passeio, caminhonetes e caminhões, um desses de som, do tipo trio elétrico. Os documentos foram enviados ao STF no dia 9 de setembro deste ano.

Veículos que estão estacionados em uma das faixas da Avenida Duque de Caxias foram identificados 

Os documentos da Sejusp compõe a denúncia, porém também foram enviadas informações obtidas pela Polícias Rodoviárias Estadual e Federal que acompanharam os atos bolsonaristas em rodovias de Mato Grosso do Sul.

Veja quem foi citado como organizador:

  • Médica: Sirlei Faustino Ratier;
  • Política e jornalista: Juliana Gaioso Pontes;
  • Empresário: Júlio Augusto Gomes Nunes;
  • Ex-prefeito de Costa Rica (MS): Waldeli dos Santos;
  • Pecuarista: Rene Miranda Alves;
  • Pecuarista: Renato Nascimento Oliveira;
  • Agricultor: Germano Francisco Bellan.

Veja as empresas citadas como financiadoras dos atos:

  • Transfutura Transportes de Bovinos;
  • NC Transportes LTDA;
  • Marquete Transportes;
  • São Judas Tadeu Transporte de Bovinos LTDA;
  • Ativa Locação LTDA;
  • Aço & Aço LTDA;
  • Concrelaje.

O que dizem os citados

A médica e ex-candidata a deputada federal por Mato Grosso do Sul, Sirlei Faustino Ratier, disse que não é organizadora do movimento em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande. Porém, nos documentos anexados pela Sejusp e enviados ao STF apontam Sirlei como principal peça de mobilização dos manifestantes.

“Esse é um movimento espontâneo do povo, que está ocorrendo em frente aos quartéis em todo o território nacional e não tem líderes, ou organizadores. Sou totalmente favorável ao movimento, mas não sou organizadora”, disse Sirlei ao g1.

A jornalista e política, Juliana Gaioso Pontes, relatou que esteve nos atos bolsonaristas na produção de um documentário e nega o título de “organizadora”. “Eu não sou liderança dos movimentos. A minha participação nos atos se dá como jornalista fazendo a cobertura dos eventos para a produção de um documentário. Me coloco a disposição para qualquer esclarecimento e continuarei desempenhando o meu direito constitucional de exercer o jornalismo”.

O ex-prefeito de Costa Rica (MS), Waldeli dos Santos, afirmou que já vem sendo investigado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) sobre atos antidemocráticos no município do nordeste do estado. “Foi constatado que não houve participação em bloqueio de rodovia em Costa Rica. O que tenho conhecimento”.

O agricultor Germano Francisco Bellan comentou que participou dos atos antidemocráticos em frente ao CMO, mas também nega o envolvimento como organizador. “Um dia fiz um convite aos agricultores a participarem do evento. Eu tenho apenas essas participações. Não sou liderança, não sou organizador de coisa nenhuma”.

O pecuarista Renato Nascimento Oliveira visualizou o contato feito, mas não se manifestou. O g1 contatou o empresário Júlio Augusto Gomes Nunes, que não respondeu aos questionamentos. Já o contato de Rene Miranda Alves não foi obtido até a última atualização desta matéria.

Entre as empresas citadas, o g1 conseguiu contato apenas com a empresa Transfutura Transportes de Bovinos, o proprietária disse não querer comentar o caso. Os contatos dos estabelecimentos foram acessados conforme citados no dossiê enviado ao STF.

Uma das faixas da avenida segue interditada 

Atos antidemocráticos

Desde o dia 31 de outubro, um dia após o segundo turno das Eleições de 2022, bolsonaristas se concentram em frente ao CMO de Campo Grande. No local, as pessoas pedem intervenção federal e expõe placas com dizeres inconstitucionais.

A rotina de moradores ao entorno do Comando Militar do Oeste (CMO) mudou drasticamente após o início dos atos bolsonalistas nesta segunda-feira (31).

A situação é maximizada dia a dia: fogos de artifícios barulhentos, buzinas e pedidos de intervenção militar foram registrados no local.

Moradores da vila Alba, próximo ao local dos atos antidemocráticos, têm enfrentado dificuldades até para dormir. Christiane Mesquita, de 46 anos, mora ao lado do CMO e está cuidando da mãe acamada, ambas estão sentindo diretamente os problemas ocasionados pelos atos.

“Minha mãe está se recuperando de uma condição em que está cadeirante fazendo fisioterapia pra conseguir voltar a andar. É necessário uma rotina dia e noite de descanso. Todos precisam, aliás”, relatou Christiane.

Além de impedir o ir e vir, nos atos contra os resultados das eleições foram flagrados carros estacionados nos canteiros, poluição sonora e fogos. Cientista político ouvidos pelo g1 apontaram omissão das forças de segurança ed a Prefeitura de Campo Grande mo tratamento com os bolsonarista que fazem atos contra os resultados legítimos das eleições.

“Eu ainda acho que os órgãos locais deveriam também cumprir com suas obrigações legais sob pena de prevaricarem em relação ao que está acontecendo. Isso tudo porque a gente percebe que esses atos são flagrantemente no limite criminosos, isso precisa ficar explícito. Você não pode obstruir a passagem para que as pessoas se movimentem, você não pode obstruir à força a passagem para que produtos circulem. Toda a sociedade vai ter que pagar por isso”, expressou o cientista político Victor Miranda.

Informação: G1MS

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