Funcionário do alto escalão do governo americano destacou que utilização desse tipo de armamento não parece ser iminente
A Casa Branca informou nesta sexta-feira (30) que militares dos Estados Unidos estão de prontidão na Europa para eventuais confrontos. Segundo autoridades americanas, há o risco de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, utilizar parte do arsenal nuclear do país.
De acordo com o assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, o risco de uma arma nuclear ser usada pelos russos, porém, não parece ser iminente.
“Existe o risco — dado todo o falatório e o brandir de armas nucleares de Putin — que o considere, e temos sido claros sobre quais seriam as consequências”, disse Sullivan aos jornalistas.
“Atualmente, não vemos indícios do uso iminente de armas nucleares”, acrescentou, destacando que Washington estava se comunicado em particular, mas “diretamente com a Rússia sobre o tipo de resposta decisiva que os Estados Unidos teriam”.
Também nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ressaltou que o país que ele comanda e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) “não serão intimidados” por Putin e advertiu que a aliança militar defenderá “cada centímetro” do território dos Estados-membros.
“Os Estados Unidos e seus aliados não serão intimidados”, disse Biden na Casa Branca. Putin “não vai nos assustar”. O presidente americano ainda apontou o dedo para a câmera enquanto advertia o líder russo: “Os EUA estão totalmente preparados, com nossos aliados da Otan, para defender cada centímetro do território da Otan. […] Sr. Putin, não entenda mal o que estou dizendo: cada centímetro”.
Biden falou logo após Putin presidir uma cerimônia em Moscou para declarar que a Rússia anexou quatro territórios da Ucrânia, mesmo que as tropas ucranianas continuem lutando nestas áreas para recuperar o controle.
“Quero dizer isso ao regime de Kiev e seus mestres no Ocidente: os habitantes de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia se tornam nossos cidadãos para sempre”, disse Putin. “Pedimos ao regime de Kiev que pare imediatamente de disparar todas as hostilidades e retorne à mesa de negociações”.
Mais de 744 pessoas já foram presas neste sábado (24) na Rússia no segundo dia de ações de protesto contra a mobilização decretada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com o objetivo de reverter os reveses militares na Ucrânia.
Às 20h36 (horário local, 14h36 de Brasília), mais de 744 pessoas haviam sido presas em 32 cidades em todo o país, segundo a OVD-Info, uma organização que acompanha as prisões documentadas na Rússia. Quase metade das detenções até este momento, 371, foram registradas na capital. Em São Petersburgo, a segunda maior cidade do país, 128 pessoas foram detidas e a polícia usou cassetetes e tasers contra os manifestantes, segundo a imprensa local.
A tropa de choque já estava estacionada na saída da estação de metrô Chistye Prudy, perto da praça do monumento ao escritor e diplomata russo Alexander Griboyedov, designado como ponto de encontro dos manifestantes. Pelo menos uma dúzia de viaturas da polícia estavam estacionadas ao longo da avenida esperando os detidos. ‘Neste local foi acionada uma ação não autorizada. Circule’, repetiam de tempos em tempos os alto-falantes da polícia.
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