Caso aconteceu na noite de quarta-feira (16), na Avenida Mato Grosso.
Uma mulher, ainda não identificada, foi presa em flagrante após uma perseguição no trânsito envolvendo o delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS), Adriano Garcia Geraldo.
Ainda na noite de quarta-feira (16), a jovem foi liberada após assinar termo de responsabilidade. O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro.

Versão do delegado-geral
O delegado-geral deu a versão dele, e explicou que tudo começou quando a motorista teria dado uma ‘fechada’ no carro em que ele estava. Ao buzinar para chamar atenção, ela teria feito um gesto obsceno com a mão.
Segundo Adriano Garcia, ele se identificou como policial através dos sinais luminosos e sonoras da viatura, solicitando que a jovem parasse o carro, mas ela não obedeceu e fugiu fazendo ‘manobras perigosas’. De acordo com uma nota encaminhada à imprensa e publicada no site da polícia, o delegado então perseguiu a jovem e colocou a viatura na frente do carro, forçando a motorista a parar.
Ainda de acordo com o delegado, ao parar em frente a uma padaria na Avenida Mato Grosso, ele teria pedido que a mulher descesse do carro, o que não aconteceu. A motorista continuou desobedecendo e manobrou o carro.
Neste momento, alegando se defender, o delegado-geral atirou duas vezes contra os pneus do veículo mas a jovem continuou a fuga. Adriano a perseguiu novamente e diante da desobediência da motorista, atirou mais uma vez contra o pneu, mesmo assim ela conseguiu fazer um retorno subindo no canteiro central da avenida.

A versão do delegado foi reforçada por uma nota à imprensa publicada no site da polícia, que informou que ele agiu ao perceber que a condutora dirigia perigosamente e atirou nos pneus na tentativa de parar o veículo. Ele também contou que a mulher ficou aproximadamente 1h dentro do veículo até a chegada da polícia.

Caso será investigado
A jovem realizou teste do bafômetro e o resultado deu negativo. A reportagem tentou contato com o advogado de defesa, mas não tivemos retorno.
De acordo com o delegado responsável pelo caso Antônio Ribas Junior, a mulher deve responder por desobediência de ordem policial e perigo para a vida de outros. Todos os envolvidos prestaram depoimento para equipe de plantão e o boletim de ocorrência foi registrado para investigar o caso.
Leia a nota da Polícia Civil abaixo:
A ocorrência foi apresentada na DEPAC, onde estão sendo colhidos os depoimentos e adotadas as demais medidas.
A Polícia Civil reforça que a ação do Delegado Geral foi tomada em cumprimento ao dever legal de agir de um policial que se depara com situação de clara afronta à Lei, e que colocou em risco, não só a vida do próprio agente de segurança mencionado, mas também dos outros condutores e pedestres que estavam no local da ocorrência.
A reação adotada pelo agente público (disparos efetuados em direção ao pneu do veículo) foi proporcional e necessária frente a agressão sofrida, sendo único meio eficaz, naquele momento, a fazer cessar a ação contrária à Lei.
OAB também acompanhará as investigações
Em uma nota publicada nesta manhã (17), a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), também irá acompanhar as investigações do caso.
Leia a nota abaixo:
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), vem a público registrar que acompanhará a investigação sobre os fatos ocorridos na tarde de quarta-feira (16), quando, segundo informações amplamente divulgadas pela mídia, o Delegado-Geral da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul disparou sua arma de fogo contra um veículo conduzido por uma motorista em via pública de grande circulação em Campo Grande.
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