Intubado com Covid, acusado de chefiar execuções fica ‘solto’ enquanto estiver em UTI, decide Justiça

Decisão judicial suspende as prisões preventivas enquanto Jamil Name estiver em estado grave. Ele está em hospital particular do RN, onde estava preso.

A Justiça de Mato Grosso do Sul ‘soltou’ temporariamente o empresário Jamil Name, acusado pelo Ministério Público Estadual de chefiar grupo que teria executado ao menos três pessoas, em Campo Grande. A decisão é de quinta-feira (03), do juiz plantonista Mário José Esbalqueiro Júnior, e atende a pedido da defesa.

Jamil Name estava preso no Presídio Federal de Mossoró (RN), testou positivo para Covid e no dia 31 de maio o estado de saúde se agravou e ele foi internado em UTI de um hospital particular da cidade sob escolta, sendo intubado.

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Diante do quadro de saúde de Name, a defesa, que já tenta há meses a prisão domiciliar, fez um novo pedido em regime de urgência ao judiciário de Mato Grosso do Sul.

O juiz plantonista negou a prisão domiciliar, mas suspendeu a preventiva enquanto Name estiver em UTI. Na prática, significa que o acusado pode ficar sem escolta, receber visita de advogados e familiares e ser removido de hospital, desde que com devida autorização médica e judicial.

Em caso de alta da UTI ou hospitalar, o judiciário deve ser comunicado imediatamente e laudos médicos devem constar na documentação, para nova definição sobre a situação de Name.

Para a suspensão das sete preventivas contra Jamil Name, o juiz levou em consideração que ele já tem mais de 80 anos e o estado grave de saúde, conforme laudos anexados ao pedido. O magistrado cita que é “inegável a periculosidade do custodiado”, mas que há “necessidade de buscar meios para todo o tratamento médico necessário, respeitando a vida humana”.

“Diante do estado de saúde precário, não é difícil concluir que, neste momento, o preso não oferece risco à coletividade, possibilitando as suspensões das prisões preventivas, enquanto perdurar a internação hospitalar em UTI ou similar”.

Acusações

A primeira fase da operação Omertá foi deflagrada em setembro de 2019. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e o Gaeco prenderam empresários, policiais e, na época, guardas municipais, investigados por execuções no estado.

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A suspeita é que o grupo supostamente comandado por Jamil Name e o filho, Jamil Name Filho tenham executado pelo menos três pessoas na capital sul-mato-grossense, desde junho de 2018. Outras mortes também estão sendo investigadas.

A última morte atribuída ao grupo até o momento é do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos. Ele foi atingido por tiros de fuzil no dia 9 de abril, quando manobrava o carro do pai, na frente de casa, para pegar o dele e buscar o irmão mais novo na escola.

Pouco mais de um mês depois, no dia 19 de maio de 2019, policiais do Garras e do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque) apreenderam um arsenal com um guarda municipal, em uma casa, no Jardim Monte Libano. Foram apreendidos 18 fuzis de calibre 762 e 556, espingarda de calibre 12, carabina de calibre 22, além de 33 carregadores e quase 700 munições.

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Segundo as investigações do Gaeco, esse arsenal pertencia ao grupo preso na operação Omertà. A força-tarefa investiga se as armas foram usadas em crimes de execução nos últimos meses.

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