Antes da xícara: Há três gerações, a produção de café é fonte de renda, história e ‘paixão’ de família de MS

A plantação, secagem, torra e industrialização da matéria prima que gera o café, é o elo de união entre a família Olívio, que desde 1964 reside em Ivinhema, interior de Mato Grosso do Sul.

Antes de servir o café na xícara, copo, caneca, seja ele onde for, o processo de produção até o pó, ou grão torrado, é complexo e longo. Há pelos menos três gerações, a família Olívio, residente em Ivinhema (MS), a 288 km de Campo Grande, possui o fruto como fonte de renda. “História e amor”, descreve Carlos Olívio, nesta segunda-feira, 24 de maio, o dia nacional do café.

Carlos já é da terceira geração de produtores de café da família. O agricultor e empresário explica que a história começou quando o avó, Mário Olívio, em 1964 se mudou do interior de São Paulo com algumas mudas de café, para o interior de Mato Grosso do Sul, em Ivinhema.

Foto do avó de Carlos, Mário Olívio, em uma das lavouras da família  — Foto: Carlos Olívio/Arquivo pessoal

Foto do avó de Carlos, Mário Olívio, em uma das lavouras da família

Desde então, Carlos conta que tem 30 anos de tradição com o café. “Eu nasci na lavoura. Tenho o café como profissão, toda a minha família trabalha com o fruto”.

Carlos resgata à memória para contar a história da família. “Meu avô começou, meu pai e meus tios seguiram com a profissão. A família sempre trabalhou em conjunto, em parceria todo mundo junto”. Atualmente, o agricultor explica que a fazenda da família, com mais de 80 hectares de árvores de café foi divida entre os filhos após o patriarca dos “Olívio” falecer.

“Você começa a trabalhar com aquilo na sua infância e a gente fica apaixonado, vê a lavoura bonita, tratar da lavoura, fazer a colheita, então o café pra gente, para a nossa família, sempre foi uma grande paixão que meu avô passou pra gente”, com um risos entre as palavras, disse Carlos.

Antes do café na xícara, um processo longo

Carlos explica que a produção é familiar, como destacado no vídeo acima (assista ao vídeo). A família é responsável por todo o processo, que é longo. O agricultor explicou ao G1 que as mudas, recém plantadas, demoram três anos. “Antes do pacotinho de café, com certeza, tem toda uma vida e toda uma história por trás, de uma família inteira”, ressaltou o agricultor.

Carlos diz que a lavoura de café é perene, que permanece e vai se renovando a cada florada, assim como a paixão da família pelo grão “precioso” para eles.

“Nós temos uma lavou que tem quase 50 anos de idade. A produção é bianual, em um ano produz muito e no outro bem pouco. O café é colhido e parte para o processo”, disse Carlos.

Carlos explicou que antes do café estar na xícara para o consumidor, ele passa pelo processo. Ele disse que tudo começa pelo plantio. “O café é plantado, colhemos, levamos para o trilho [máquina específica] onde é lavado. Depois disso tudo ele vai para secagem e ele é beneficiado [descascado], ficando apenas a castanha. Só após ele vai ser torrado, virar pó, embalado e por fim, comercializado”.

Nas lavouras de Carlos, o café produzido é o do tipo arábica. A pedido do G1, o agricultor continuou com a explicação sobre o processo do café. “O café tem a florada dele em setembro/outubro, ele tem várias floradas então talvez ele comece em setembro e vá terminar lá em novembro. Depois ele passa pelo período de granação, o chumbinho que é quando o fruto vai desenvolver”.

Depois dos processos, ainda no pé, durante o mês de fevereiro, Carlos conta que é iniciada a parte da maturação do fruto. “Agora [maio/junho] estamos no inicio da colheita, o café está praticamente maduro. Aí passa para o processo de lavagem, secagem, beneficiamento e a torra, aqui na propriedade a gente torra, mói, empacota e já vende no mercado”, pontuou o agricultor.

Da lavoura de café

Fotografia que a família Olívio guarda e que mostra os primórdios da produção de café em Ivinhema (MS) — Foto: Carlos Olívio/Arquivo pessoal

Fotografia que a família Olívio guarda e que mostra os primórdios da produção de café em Ivinhema (MS)

“O café na realidade, como é uma coisa de família, é uma paixão mesmo. Porque ele é uma lavoura muito custosa, de muito serviço”. No chão das lavouras de café, Carlos explica que ele e os irmãos foram formados como profissionais.

Além do apego pelo plantio, o zelo pelo legado da família foi passado pelas gerações, como explica Carlos. “O zelo que ele tinha com a lavoura, depois meu pai passou pra mim e eu tento passar para as minhas filhas”.

Questionado se as filhas já vão à lavoura, Carlos comenta que as meninas ainda são jovens, mas entendem da “paixão” da família pelo fruto.

“O futuro a Deus pertence, a gente tenta incentivar elas, principalmente a questão que isso aqui, como é da família, a gente tem sempre o desejo de perpetuar. Mas assim, como o café é uma lavoura muito sofrida, o pessoal não encara muito, mas a gente tenta, eu tento da minha forma, trabalhando com dedicação. Tento mostrar para elas que isso da futuro mostrando pelo meu exemplo”, relatou Carlos.

As 80 toneladas de café produzidas anualmente, de acordo com Carlos, levam de forma “apaixonante” o cafezinho para inúmeras pessoas.

“A gente que é da lavoura, temos o prazer de fazer tudo com mais qualidade. Então, você fazer o seu próprio produtor que você plantou, colheu, industrializou, eu posso dizer à sociedade que aquele produto é meu. Estou entregando pra ele desfrutar desse produto é muito satisfatório”, finalizou Carlos.

Fonte: G1MS

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