O prefeito não se afastou do cargo, mas instalou uma cama e mesa de cabeceira em seu gabinete no Palácio Matarazzo
São Paulo – O ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), foi enterrado no início desta noite, em Santos (SP), sua cidade natal. Ele faleceu neste domingo (16/5), vítima de câncer, aos 41 anos.
O corpo de Covas saiu de São Paulo e foi levado por um carro do serviço funerário paulistano até Santos. Ele foi sepultado no jazigo da família, no Cemitério do Paquetá, onde está enterrado há 20 anos o avô, o ex-governador Mário Covas, também vítima de câncer.
O enterro, reservado a familiares e amigos próximos, começou às 17h50 e durou cerca de 30 minutos, segundo informações da necrópole.
O município da Baixada Santista decretou luto oficial por três dias. “Bruno nos deixa o exemplo de superação, de admirável espírito público e de amor à vida e às pessoas”, declarou o prefeito Rogério Santos (PSDB).
Após o velório, no início da tarde, o corpo do ex-prefeito percorreu em cortejo por algumas das principais ruas de São Paulo. Ele recebeu aplausos e a homenagem de militantes.
Covas é o primeiro prefeito da capital paulista a morrer durante o mandato. Quem assume o comando de São Paulo é o vice Ricardo Nunes (MDB), que ocupava o cargo temporariamente desde 2 de maio.
Um dia de homenagens
O corpo de Covas chegou ao Edifício Matarazzo, sede da prefeitura, no centro, às 13h12, sob aplausos de populares. A breve cerimônia pública foi restrita a pessoas próximas.
O velório, marcado pela celebração de uma missa, aconteceu no hall monumento do prédio, localizado no terceiro andar.
O caixão com o corpo do ex-prefeito deixou o hospital Sírio-Libanês, onde estava internado desde 2 de maio, no começo desta tarde. Sua morte foi confirmada às 8h20 desta manhã. Populares acompanharam do lado de fora o último adeus a Covas.
A prefeitura pediu que a população evitasse aglomerações, como mandam os protocolos contra a Covid-19.
Como foi a missa
Iniciada às 13h37, a missa de despedida do ex-prefeito Bruno Covas durou cerca de 40 minutos. Conduzida pelo padre Rosalvino, amigo da família há décadas, a cerimônia contou com a presença de menos de 20 pessoas.
Entre os convidados estavam os pais de Covas, Pedro Lopes e Renata Covas, o filho Tomás, de 15 anos, e Ricardo Nunes (MDB), vice-prefeito que assumirá a gestão da cidade.
Durante a missa, o pároco recordou a memória dos avós de Bruno Covas, o ex-governador Mário Covas, vítima de câncer em 2001, e Lila Covas, falecida em março de 2020.
“Missão cumprida, missão encerrada. Guerreiro, honesto como o avô Mário Covas. Na hora da firmeza, usou a firmeza. Na hora da tranquilidade e da simplicidade, ele usou também essas ferramentas”, disse Rosalvino.
Às 14h34, o corpo de Covas deixou o local com as bandeiras da cidade, do estado de São Paulo e do Brasil colocadas sob o caixão.
Histórico político
Eleito vice-prefeito de São Paulo em 2016, Covas assumiu a gestão em abril de 2018, após João Doria (PSDB) disputar e vencer a eleição para governador. Bruno Covas se reelegeu em novembro de 2020, depois de superar seu adversário, Guilherme Boulos (PSol), com 59,38% dos votos dos eleitores paulistanos.
Seu primeiro cargo na política foi como deputado estadual por São Paulo, em 2006. Ele se reelegeu para o segundo mandato em 2010, com a maior votação do estado. Covas também foi secretário de Meio Ambiente e deputado federal. A vida política de Bruno Covas foi ligada ao PSDB, partido fundado por seu avô.
Ele se filiou ao partido aos 18 anos, onde foi secretário, presidente estadual e presidente nacional da juventude tucana. Em 2004, iniciou a carreira política ao se candidatar vice-prefeito de Santos, mas perdeu as eleições.
Percurso do cortejo com o corpo do ex-prefeito Bruno Covas:

– Edifício Matarazzo
– Viaduto do Chá
– Praça Ramos de Azevedo
– Rua Conselheiro Crispiniano
– Largo Paissandu
– Avenida São João
– Avenida Ipiranga
– Rua da Consolação
– Túnel José Roberto Fanganiello Melhem
– Avenida Paulista
– Praça Oswaldo Cruz
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