Depoimento do ex-ministro na CPI da Covid está marcado para o dia 19 de maio, após o general alegar que precisaria passar por quarentena
O presidente da CPI da Covid do Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou no domingo 9 em “promiscuidade” por parte da gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello à frente da Saúde e defendeu que essa condução pelo general não seja confundida com a imagem do Exército brasileiro.
“Fui deixar muito claro para que não queiram envolver uma instituição como o Exército brasileiro nessa promiscuidade que foi a gestão dele na Saúde. Para deixar claro isso”, disse o senador ao comentar o adiamento do depoimento de Pazuello à CPI, que que foi comunicado a ele pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Em entrevista ao historiador Marco Antonio Villa, Aziz disse que a situação que envolveu a remarcação do testemunho de Pazuello já é “ponto superado”, e condenou a forma como o presidente Jair Bolsonaro se porta diante das relações com a China.
“O governo não é eterno, tem mandato de quatro anos, pode ser renovado por mais quatro, mas um dia sai. Agora, nossa relação com o povo chinês é histórica. E começa aí o problema. Estamos cutucando onça com vara curta. O presidente, que é o chefe maior de uma nação, comandante de uma nação, nesse momento, o equilíbrio dele é importante para que a gente possa sair dessa pandemia”, avaliou o senador.
Sobre a ida de Pazuello à CPI, cujo depoimento foi remarcado para o dia 19 de maio, Aziz disse ainda que não irá discutir a “palavra” do comandante do Exército, responsável por comunicar a ele sobre a necessidade de ex-ministro entrar em quarentena após ter tido contato com infectados pela Covid.
“Para mim, a palavra do general Paulo Sergio tem fé pública, não vou discutir, e não quero provas, se general me falou nisso, tenho que acreditar no comandante do Exército”, declarou Aziz.
“Quem foi lá foi o Onyx Lorenzoni, ministro da Secretária-Geral da Presidência, que tem que estar preocupado em não contrair Covid. Eu digo isso a todos que foram lá visitá-lo”, afirmou também o senador sobre a visita de Onyx a Pazuello dias depois de pedir o adiamento da oitiva.
Para Aziz, Bolsonaro não pode querer fazer “guerra” contra a CPI. Neste sábado, o chefe do Executivo voltou a reclamar dos trabalhos da comissão, que chamou de “vexame”. No dia anterior, Bolsonaro havia direcionado um recado aos membros do colegiado: “Portanto, você é livre para escolher, com o seu médico, qual a melhor maneira de se tratar. Escolha e, por favor, não encha o saco de quem optou por uma linha diferente da sua, tá ok?”
“A nossa guerra, de todos nós, é contra o vírus, contra a Covid. ‘Ah, o presidente vai ser ‘impeachmado’. Não, não tem nada disso. Presidente não está sendo investigado, até porque nós não podemos nem investigar o presidente. O que está sendo investigado são atos que o Ministério da Saúde ou por omissão ou por erro ou por vontade política não fez a coisa certa”, respondeu Aziz sobre as críticas do presidente.
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