Senador Nelsinho Trad e chanceler Ernesto Araújo. Na ocasião em junho, será debatida a condição de entrada do Brasil nessa iniciativa e determinar de qual forma a participação poderá ocorrer
O Governo Brasileiro irá debater a participação em uma aliança internacional para desenvolver a vacina contra o coronavírus, segundo o chanceler Ernesto Araújo explicou nessa quarta-feira (27) em um encontro privado.
A informação é do senador Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações de Exteriores do Senado, que pediu uma audiência com o ministro nesta semana justamente para tratar do assunto.
Em abril, a Organização Mundial de Saúde (OMS) se aliou a um grupo de países europeus e lançou um projeto ambicioso de US$ 8 bilhões para acelerar o desenvolvimento de uma vacina. Na ocasião, dezenas de países de várias partes do mundo se somaram à iniciativa.
Segundo informações da UOL, um dia antes do anúncio, a reportagem do site entrou em contato com diplomatas em Brasília que sequer sabiam da existência da iniciativa. A coluna apurou que, na OMS, a informação tampouco havia sido compartilhada com o governo brasileiro. Por semanas, o presidente Jair Bolsonaro estava atacando a direção da OMS, enquanto o chanceler já iniciava sua campanha para alertar sobre o risco do vírus do comunismo nas agências internacionais.
O Ministério da Saúde explicou que o Brasil já estava envolvido com “outras iniciativas”, sem explicar jamais quais seriam. Fora da aliança, o temor é de que o Brasil não esteja entre os governos que receberão como prioridade a vacina. Essa possibilidade deixou senadores e outros membros do Congresso preocupados. Nelsinho Trad, portanto, solicitou uma reunião com o chanceler.
De acordo com o senador, Araújo explicou que o governo federal irá tratar do assunto uma reunião inter-ministerial, no começo de junho. Na ocasião, será debatida a condição de entrada do Brasil nessa iniciativa e determinar de qual forma a participação poderá ocorrer.
Além do Brasil, não participa do projeto o governo dos EUA. Washington tem causado atritos dentro da OMS e mesmo com aliados ao deixar claro que não aceitará que governos estrangeiros tenham o direito de quebrar patentes de uma futura vacina ou que o produto seja considerado como um “bem público mundial”.
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