Saga do cicloturista já dura quatro anos, soma 30 mil quilômetros da Ásia e 10 mil na América do Sul
Uma comunicação totalmente intermediada pelo Google tradutor desvendou o objetivo do russo Konstantin Kozhenyakin, de 46 anos: pedalar enquanto viver. Nascido na cidade industrial de Kemerovo, o cicloturista engrossa a lista de pessoas que após ver a morte de perto decidem viver com mais liberdade. No caso de Konstantin, um AVC (Acidente Vascular Cerebral) há seis anos foi o ponta pé, para colocar os pneus na estrada.
O músico já havia deixado a Rússia, único país que compõe a Ásia Setentrional, há 15 anos. O aventureiro passou a viver em países do Sudeste Asiático, como Tailândia e Camboja. Ele também passou pela Ásia Oriental, especificamente pela China, último país do Leste Asíatico, antes de partir para a América do Sul.
Konstantin em 2013, pouco antes do AVC.
Ele jura que antes mesmo do derrame já estava descontente com o governo russo e arrisca dizer que o problema se arrasta desde a década de 1990.
No país existem duas visões sobre as dificuldades econômicas: os neoliberais que argumentam sobre a dificuldade do país em se abrir totalmente à economia capitalista e as frentes que acusam as reformas liberais de terem sido responsáveis pelo colapso econômico russo.
Konstantin concorda com a segunda discussão. “Eu tinha 18 anos, na década de 1990 e estava em São Petersburgo, quando ouve a queda do muro de Berlim e o fim da URSS. A crise e o fim do dinheiro Rússia permanecem até hoje”, afirma.
O AVC aconteceu há seis anos e Konstantin iniciou a aventura há quatro. Mesmo com algumas sequelas do lado direto do corpo, a pedalada durou três anos dentro da Ásia até a despedida de Hong Kong com a bicicleta desmontada.
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