Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já libera a importação de remédios a base de maconha.
Estudantes dos cursos de medicina, biomedicina e farmácia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) terão aulas sobre o uso medicinal da maconha, por meio da disciplina Sistema Endocanabinoide e Perspectivas Terapêuticas da Cannabis Sativa e Seus Derivados.
A disciplina foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e está prevista para ser inserida a partir do próximo semestre, que começa em outubro. A UFPB será a primeira instituição do país a ministrar a disciplina em três cursos da área da saúde.
Quem propôs a disciplina foi a professora Katy Albuquerque, do departamento de fisiologia e patologia da UFPB e idealizadora da disciplina. Ela explicou que decidiu apresentar a proposta por perceber a necessidade de capacitar profissionais de saúde.
“Já faz um tempo que trabalho com pesquisa e extensão e percebi que há uma demanda enorme de profissionais de saúde, principalmente médicos, que não se sentem seguros em prescrever a medicação porque não tiveram essa formação dentro da universidade”, afirmou.
A partir daí, a professora passou a elaborar o plano de curso, que foi aprovado em sequência. “Na última quarta-feira (21), a disciplina foi inserida no sistema da UFPB e os alunos poderão se matricular já no próximo período”, declarou.
A disciplina será optativa e poderá ser estendida para outros cursos da instituição, conforme informou a professora. Na disciplina, os estudantes terão uma abordagem médica, histórica e jurídica sobre o uso medicinal da maconha, com destaque para os benefícios da planta.
Com a satisfação de ver a disciplina aprovada, o desejo de Katy agora é que outras universidades do país sigam o caminho da UFPB e também passem a oferecê-la.
Ela destacou que isso representa um avanço enorme no que diz respeito ao número de profissionais que poderão prescrever o uso medicinal da cannabis. Para os pacientes, essa aprovação é ainda mais significativa.
A professora destacou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já libera a importação de remédios a base de maconha para tratar pessoas com autismo, depressão, esclerose múltipla, alguns tipos de câncer etc, uma vez que muitas vezes a terapia medicamentosa tradicional não responder de forma satisfatória.
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