Após moção de repúdio ao deputado federal Loester Carlos (PSL), o vereador Wellington de Oliveira (PSDB) recebeu áudio com ameaça; O vereador tem seis meses para registrar boletim de ocorrência.
Declaração do deputado federal Loester Carlos (PSL) em suas redes sociais, criticando a concessão de moções de congratulações a atletas, na última terça-feira (30), causou revolta entre os vereadores de Campo Grande durante a sessão da Câmara Municipal nesta quinta-feira (2).
Em resposta ao parlamentar, os vereadores apresentaram moção de repúdio e a sessão terminou com o vereador Wellington de Oliveira (PSDB) exibindo áudio de ameaça do representante de Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados, Loester Carlos. O vereador afirmou que irá analisar com a assessoria jurídica se irá formalizar boletim de ocorrência.
Na publicação, o deputado federal afirma que fica “puto com vereador/deputado que da uma ‘moção de congratulação para aluno/atleta. Pq ao invés de um pedação de papel não pega um pedaço do próprio ótimo salário e da um patrocínio. Isso seria um reconhecimento. Eu faço isso. Ahhh… enfia a moção no c*”.
Como resposta a crítica generalizada, Wellington usou a tribuna, durante a sessão da Câmara, para reprovar o posicionamento de Loester. Após mais de uma hora de discussão, os vereadores de Campo Grande votaram e aprovaram a moção de repúdio as declarações do deputado federal do PSL.
No texto, os parlamentares apontam a atitude como inadmissível. “É inaceitável a postura advinda de um parlamentar representante da população de Mato Grosso do Sul, da qual em meio a sua declaração usa termos pejorativos e de baixo calão”. A moção ainda exige retratação pública do deputado Loester Carlos.
Depois do posicionamento de repúdio ser aprovado, Wellington usou a tribuna para expor um áudio com a ameaça do deputado federal. Loester Carlos começa afirmando que o post era sobre “vereadores em geral, vereadores do Brasil”. Depois, faz ameação. “Ele vai fazer uma nota de repúdio na Câmara. Estou cagando para nota de repúdio, se realmente ele fizer. Mas se ele realmente fizer isso, fala para ele que ele tem o telhado de vidro e eu vou para cima dele com força, que eu não citei o nome dele. Se ele citar meu nome em uma nota oficial da Câmara, bicho, ai ele vai ter que aguentar porque ai eu vou ser especifico no nome dele”.
Coletivo – Após receber o áudio com a ameaça, o vereador usou a palavra para expor a situação. “Quem é vossa senhoria para me ameaçar? Sou delegado e vereador. Não tenho teto de vidro e não aceito a ameaça”, aponta Wellington.
O vereador avalia que o deputado deve ser um “conhecedor da lei”. “Ele sabe muito bem que nós vivemos um estado democrático de direito, onde aquele que fala o que quer do jeito que quer responde perante as leis vigentes. Esse áudio demostra que ele me ameaçou, e isso esta previsto no artigo 147 do Código Penal Brasileiro. Ele praticou crime de ameaça e eu tenho seis meses para fazer o boletim ou não, vou conversar com minha assessoria jurídica para saber o que eu vou fazer”, completa.
Para o presidente da Câmara, João Rocha (PSDB), a ameaça a um vereador atinge à Câmara. “Qualquer ação que mexa com um vereador, mexe com a Câmara. A Câmara é um corpo de homens e mulheres constituído por 29 cidadãos. Aqui é assim, mexeu com um, mexe com a Câmara. Vamos buscar tudo que é de direito do vereador no sentido de defendê-lo na legitimo direito de expressão”, adiantou o presidente da Câmara.
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